Em matéria do que se chamou "Acordo Ortográfico", sou contra. Absolutamente contra. Nem morto de morte matada ou morrida.



27/05/07

Prodigiosas teorias

Podia começar com um qualquer livro, tantos são aqueles em que surpreendemos a espantosa língua na sua mirífica capacidade de ser exprimir. Mas foi ao ler as «Paisagens da China e do Japão» que, neste domingo triste, me decidi a concretizar o que de há muito me seguia como ideia. Parar por um momento, para reflectir no dito e no como foi dito.
Diz Wenceslau de Moraes, a propósito do Ano Novo Chinês: «ao lojas estão escancaradas ao público: frutos, flores, doces, carniças, bonecos, coisas santas, estendem-se pelos caminhos em prodigiosas teorias».
Estanquei na palavra «teorias». Estranho uso, curiosa significação. No português antigo queria dizer fila de pessoas numa procissão, aqui, por imagem, a arrumação ordenada, em filas, de tudo quanto se possa imaginar, para vender, em prodigiosas teorias.