Tenho os livros menos imagináveis e sem porquê. Muitos sobre línguas, incluindo a nossa, abrangendo dicionários.
Hoje, ao prosseguir no esforço de arrumação de livros, para achar os duplicados e os que já não lerei, deparei-me com este notável esforço de estudo sobre a língua manjaca, que hesito em conservar.
Suponho que actualmente, nos tempos censórios do politicamente correcto uma obra destas corre riscos, desde ser apodada, sem mais, de colonialista, até ser riscada a frase da capa, a que refere a «descoberta da Guiné».
Só que eu não quero saber disso porque respeito a História e as circunstâncias, melhores ou piores, face aos critérios de hoje, em que a mesma se desenvolveu. E porque sigo a frase «não julgues, porque serás julgado».
Retomando o livro, encontro dentro dele, uma folhinha manuscrita com apontamento sobre o correspondente em manjaco de sete palavras portuguesas: fidalgo, ancião, caçador, bailarino, mulher, incendiário, rapariga solteira.
E fico a cismar quem terá sido o anterior possuidor deste livro que comigo se encontrou e que sortes da vida o terão levado a ir em busca destes vocábulos.